terça-feira, 20 de março de 2012

Capacidade administrativa municipal


Imagine que você é uma pessoa de negócios e que sua família é formada por quatro pessoas (o casal e duas crianças). Você atua no comércio varejista e possui um estabelecimento comercial (o popular “armazém”), onde vende produtos diversos. Sua clientela é estável e o desempenho comercial bom, com perspectivas razoáveis de ampliação.

Suas crianças, em idade escolar, frequentam uma escola de nível médio, dentro do padrão considerado “normal” para a cidade. Você imagina o futuro delas como semelhante ao seu, sem enfrentar necessidades, mas no mesmo patamar social em que você se encontra. Aliás, “mobilidade e ascenção sociais” são termos sobre os quais você tem uma leve intuição, mas nunca se preocupou em entendê-los adequadamente.

Por você nunca ter se preocupada com o que seja “mobilidade e ascenção sociais”, você não percebe que, se realizasse investimentos sistemáticos em seu comércio (e para os quais você possui condições), você poderia hoje ser proprietário de um supermercado (e não de um simples “armazém”, como se diz em linguagem popular), com aumento da clientela e diversificação no padrão de consumo. Você poderia almejar para suas crianças uma formação superior em Administração ou Marketing, com possibilidades de um MBA (“Master Business Administration” - especialização na área gerencial), fato que as possibilitaria gerenciar e expandir progressivamente seu negócio, talvez até formar uma cadeia de supermercados, com filiais em outras cidades. Se agisse desse modo, você estaria exercendo a função de cidadão ativo, com habilidade para entender que seu bem estar está intimamente associado com o bem estar da comunidade em que vive. Seu pequeno negócio pode ser um sucesso, mas, na possibilidade de outras pessoas de sua comunidade não terem a mesma sorte social, elas ingressarão na pobreza crescente e seu estabelecimento poderá se tornar alvo de assaltos.

Ao aproveitar as oportunidades de crescimento de seu negócio e torná-las real, você ajuda pessoas ao propiciar-lhes oportunidades de emprego e evita a má sorte social delas, principalmente desemprego, para não citar necessidades básicas não atendidas, como alimentação. Pela educação de suas crianças em padrões mais elevados que o atual, você potencializaria o crescimento de seu negócio e sua amplitude social.

Pois bem, a estória dessa família é a história de Rosário do Sul, de acordo com Índice Firjan de Gestão Fiscal.



Indíce Firjan de Gestão Fiscal para Rosário do Sul - fonte: www.firjan.org.br

Por incompetência administrativa, Rosário apresenta situação crítica em termos de eficiência administrativa em âmbito econômico, constanto em 494° na classificação relativa ao Rio Grande do Sul e em 5194° na classificação geral do Brasil (dados de 2010 publicados em 2012). O que esses dados significam? Que Rosário do Sul é um dos municípios economicamente mais atrasados do Rio Grando do Sul e do Brasil.

Este é uma ano de eleições e todos somos responsáveis pela situação crítica que se encontra o município. Pois, ao escolhermos, por exemplo, nossos representantes políticos por critérios derivados unicamente da amizade ou, pior ainda, pela venda do voto, deixamos de ser cidadãos para nos tornarmos vassalos (o termo "vassalo" lhe parece próprio da Idade Média, quando os Senhores Feudais dominavam as suas regiões? Pois essa é, aproximadamente, a situação atual de Rosário do Sul e os "Senhores Feudais" são os administradores municipais. Sua "corte" são os vereadores ou vereadoras que os apoiam incondicionalmente ou que se calam na proposição de medidas que tirem a cidade do estado em que se encontra).

A escolha adequada do Prefeito ou Prefeita e dos vereadores ou vereadoras deve repousar no mérito dos candidatos ou candidatas. Qual o plano de governo apresentado? Ele é realista e baseado em necessidades da cidade e dos cidadãos ou é um mero amontoado de promessas vazias ou fúteis, que nada mais fazem do que disfarçar o desejo do candidato por um cargo público com “polpuda” remuneração pelos próximos quatro anos? Se o candidato postula a releição, prestou serviços relevantes à comunidade ou apenas “enrolou” com tarefas como solicitar a troca da iluminação pública quando uma lâmpada “queima”?

Lembre-se: Rosário está na situação em que encontra, em parte, por culpa dos eleitores ao escolherem seus administradores de forma inadequada. Não eleja, você também, administradores inadequados!

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