quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ver e Enxergar ...


Cabe à Gestalt, uma teoria psicológica, o estudo sobre o modo como percebemos o mundo ao nosso redor. A teoria busca as regras que permitem o entendimento sobre o modo como vemos as coisas que compõem o ambiente em que estamos inseridos.

O que não percebemos é que, com frequência assustadoramente elevada no cotidiano de nossas vidas, vemos acontecimentos, mas não os enxergamos. Para facilitar a compreensão, cito o seguinte exemplo:

Observem o monumento em homenagem à Nossa Sra. De Fátima existente em Rosário, belamente fotografada por Willians Fernandes, jovem estudante rosariense. Apreciem a imponência da Santa contra o céu rosariense, como se este lhe prestasse homenagem e transformasse seu azul em puro brilho emanente da luz celestial!



Vemos o monumento, mas não o enxergamos. Por que enxergar significa ter entendimento e compreensão sobre o visto, ter opinião e assumir posicionamento crítico sobre o fato ou fenômeno, Ver, por outro lado, significa captar uma imagem por meio dos olhos. Apenas explicitando a diferença entre ver e enxergar: quem ergueu o monumento à Santa? Quando? Por que razão? Qual seu significado? Em quantos postais sobre Rosário o monumento é referenciado?

Lamentavelmente, Rosário é cantada em prosa e verso em função da beleza das praias do Rio Santa Maria, visto e enxergado como fonte de lazer e alegrias. Mas, ao não enxergamos as tensões existentes na cidade, nós as tornamos “invisíveis”. Porque, cognitivamente, julgamos que não nos dizem respeito. Em termos sociais, isso é um grave erro na medida em que “naturalizamos” e aceitamos contrastes sociais.






Crédito das fotos: Monumento à Nossa Sra de Fátima e Praia das Areias Brancas: Willians Fernandes, estudante rosariense.
As fotos após a praia são do Centro Comunitário do bairro Centenário, região afastada da região praiana e do centro da cidade.



domingo, 23 de outubro de 2011

Reinventar o modelo de Gestão Pública


Observe as duas fotos seguintes: é o mesmo original com a diferença que a primeira contém as cores normalmente percebidas e na segunda o contraste foi realçado, de modo que as marcas do tempo se tornem visíveis. Observem as cores desbotadas e as portas e janelas, nunca renovadas, como apresentam marcas de idades avançadas!




As fotos são da Prefeitura de Rosário do Sul e retratam com perfeição o modelo de administração pública da cidade. Porém, não envolvem nenhuma crítica às pessoas de administrações presente ou passadas.

Entretanto o modelo de administração tem-se baseado na constante repetição e parece não apresentar resultados promissores em termos de bem estar social. Há total ausência de capacidade inovadora ou empreendedora. Em termos gerais, desde que a Cia Swift saiu da cidade, há cerca de 40 anos, a atividade econômica concentra-se, basicamente, no comércio e na produção, principalmente, de arroz. A cidade parece que ainda “sonha” com a volta de sua indústria de maior porte. Se alguém duvida, verifique a foto abaixo de uma microdestilaria há pouco instalada e praticamente no abandono (ou em “restruturação”, como lê-se na placa).



Apenas como exemplo de empreendedorismo perfeitamente factível para Rosário (mas nunca experimentado), lembremos que a cidade teve entre seus professores um dos maiores matemáticos do Rio Grande do Sul e que empresta seu nome a uma escola local: o saudoso professor Leão Warren. Provavelmente, discípulos do professor Warren vivem na cidade. Por que, então, não transformar o conhecimento matemático em fonte de renda para a sociedade? Por que não implementar um centro tecnológico para desenvolvimento de jogos para computadores e/ ou celulares? É um empreendimento que exige, fundamentalmente, capacidade intelectual e cujo mercado está em acelerada expansão (se você duvida, observe os jogos disponíveis em seu celular).

Nesse contexto, não deixa de ser extremamente alvissareira a notícia divulgada na rede social Facebook de que o Partido da República pretende lançar a advogada Luciana Flores Figueiredo candidata ao cargo majoritário do Executivo nas próximas eleições. Assim como Margaret Tatcher na Inglaterra (1979-1990) e a presidente Dilma no Brasil, uma mulher simboliza visão diferenciada sobre a realidade rosariense e a maneira de solucionar seus conflitos, principalmente as péssimas condições de bem estar econômico em que se encontra parcela considerável da população.


Em 1827, o território de Rosário foi palco de uma batalha na guerra Cisplatina até hoje rememorada pela bravura dos que nela tombaram: a batalha do Passo de Rosário. É tempo de Rosário travar uma nova batalha: reinventar, com uma administração feminina, o modelo de gestão pública e aumentar o nível de bem estar econômico e social de sua população.

O desafio está lançado! Que o debate de ideias seja frutífero e a grande beneficiada a sociedade rosariense.

sábado, 22 de outubro de 2011

Cidadania e participação civil


No Brasil contemporâneo dá-se a captura e apropriação do conceito de cidadania pela classe política.

Reduzida à noção de exercício de direitos, mitiga-se o alcance da cidadania e cria-se forte dependência do cidadão em relação aos seus representantes, com concentração de poder de atuação e decisão nos atores legislativos.

Tal transmutação configura-se em lógica perversa: de representantes dos eleitores, a classe política molda-se como legítima tutora dos interesses dos cidadãos. As dimensões política e civil da cidadania apequenam-se: a primeira fica reduzida ao direito (ou obrigação?) do voto e a segunda reservada às elites econômicas.

Este foi o tema de palestra proferida na Câmara Municipal de Rosário do Sul em 28 de setembro, por iniciativa do Partido da República local, sob direção da dra. Luciana Flores Figueiredo

O acontecimento apresenta-se com o objetivo de alargar os horizontes da sociedade rosariense, engajando-a na obtenção de melhores padrões de bem estar social e econômico para todos, indistintamente.




sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Descaso com saneamento público - esgoto a céu aberto


O problema é o mesmo das grandes cidades: o descaso público com a infraestrutura sanitária. Os administradores, democraticamente eleitos para cuidarem dos interesses da sociedade, solenemente ignoram que saneamento básico é questão de saúde pública.


Canalização e tratamento de esgotos é prevenção de doenças futuras e preservação do meio-ambiente. Mas o trabalho de fiscalização e cobranças de ações por parte das autoridades exige, fundamentalmente, a participação ativa dos cidadãos.







Rio Ibicuí da Armada

O Rio Ibicui da Armada permanece em estado "selvagem", ofuscado por seu "irmão", o Rio Santa Maria e a Praia das Areias Brancas. É invisível aos olhos da maioria da população, periférico, assim como os habitantes dos bairros pobres entregues à própria sorte.

Tal fato, entretanto, não ofusca sua beleza em estado natural. Do mesmo modo, as pessoas social ou economicamente marginalizadas não perdem suas dignidades. Apenas clamam por oportunidades justas para desenvolvimento de seus potenciais.