Cabe
à Gestalt, uma teoria psicológica, o estudo sobre o modo como
percebemos o mundo ao nosso redor. A teoria busca as regras que
permitem o entendimento sobre o modo como vemos as coisas que compõem
o ambiente em que estamos inseridos.
O
que não percebemos é que, com frequência assustadoramente elevada
no cotidiano de nossas vidas, vemos acontecimentos, mas não os
enxergamos. Para facilitar a compreensão, cito o seguinte exemplo:
Observem
o monumento em homenagem à Nossa Sra. De Fátima existente em
Rosário, belamente fotografada por Willians Fernandes, jovem
estudante rosariense. Apreciem a imponência da Santa contra o céu
rosariense, como se este lhe prestasse homenagem e transformasse seu
azul em puro brilho emanente da luz celestial!
Vemos
o monumento, mas não o enxergamos. Por que enxergar significa ter
entendimento e compreensão sobre o visto, ter opinião e assumir
posicionamento crítico sobre o fato ou fenômeno, Ver, por outro
lado, significa captar uma imagem por meio dos olhos. Apenas
explicitando a diferença entre ver e enxergar: quem ergueu o
monumento à Santa? Quando? Por que razão? Qual seu significado? Em
quantos postais sobre Rosário o monumento é referenciado?
Lamentavelmente,
Rosário é cantada em prosa e verso em função da beleza das praias
do Rio Santa Maria, visto e enxergado como fonte de lazer e alegrias.
Mas, ao não enxergamos as tensões existentes na cidade, nós as
tornamos “invisíveis”. Porque, cognitivamente, julgamos que não
nos dizem respeito. Em termos sociais, isso é um grave erro na
medida em que “naturalizamos” e aceitamos contrastes sociais.
Crédito das fotos: Monumento à Nossa Sra de Fátima e Praia das Areias Brancas: Willians Fernandes, estudante rosariense.
As fotos após a praia são do Centro Comunitário do bairro Centenário, região afastada da região praiana e do centro da cidade.
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