sábado, 12 de novembro de 2011

"Com os pés no chão ..." (ou "Sure, We Can ...")

É gratificante presenciar o envolvimento das pessoas em questões comunitárias, rompendo com o isolamento individualista centrado unicamente nos próprios interesses. Tais atitudes nada mais são do que o exercício da cidadania.

Por isso, destaco o programa do radialista Pedro Borges na Rádio Marajá de Rosário do Sul.

Conheço Pedro de longa data, deste o início de 1970, quando estudávamos no Plácido de Castro. Sempre o tive como excelente e perspicaz crítico social. Por isso, explicito o que entendo por “crítico social”: é a pessoa com argúcia para perceber os problemas que afetam uma comunidade e que a bloqueiam em seus anseios para atingir padrões de desenvolvimentos econômico e social alcançados por outras comunidades.

Tal concepção tem algumas implicações fundamentais: antes de tudo, qualquer pessoa é e necessita conceber a si mesma como cidadã do mundo. O fato de pertencer a uma comunidade específica significa tão somente que ela cria laços afetivos e uma identidade enquanto pertencente àquela comunidade, mas que, com o passar do tempo, podem ser alteradas se for inclusa em outro contexto social como, por exemplo, a mudança para outra cidade. Entretanto, a condição de cidadão do mundo somente pode ser modificada pela morte (não por acaso, os ditadores de qualquer parte do mundo assassinam facilmente seus adversários políticos).

Idealmente, um rosariense é, antes de tudo, um ator global, com preocupações com a qualidade de vida geral, com o equilíbrio ecológico do planeta e merecedor de desfrutar de padrão de vida material semelhante aos melhores níveis alcançados por qualquer outra comunidade. Como consequência dessas preocupações, centra sua atuação em Rosário do Sul por estar inserido na comunidade.

Em meu julgamento pessoal, Pedro Borges se encaixa nessa concepção de crítico social e cidadão global.

Esse conceito é tão importante, embora na maioria das vezes desconhecido, que pode mudar radicalmente a visão de mundo de uma pessoa e a forma dela interagir e transformar a realidade social ao seu redor. Apenas como exemplo: alguém duvida que este blog foi visualizado na Índia? Ou na Alemanha? Pois bem: foi e a prova disso é o relatório semanal do Google sobre o tráfego no blog.


Pois bem, Pedro Borges realizou uma entrevista com Luciana Flores Figueredo que foi ao ar, inicialmente, dia 11/11 à noite pela Rádio Marajá e via web. E aqui o importante não é se o Pedro concorda ou discorda das ideias da Luciana. O Importante é que, como crítico social, ele concretizou a oportunidade dela expressar seus pontos de vista sobre a administração da cidade e colocá-las em debate.

Luciana reforçou seguidas vezes a necessidade de um plano administrativo para a cidade ser elaborado como “os pés no chão”. A expressão pode ter interpretações diversas, mas isso não é novidade (o presidente norte-americano, Barak Obama, também utilizou, em sua campanha, uma expressão com possibilidades de interpretações diferenciadas: “Sure, We can ...”. Nós podemos o quê?).

Os pés no chão” traduzem a percepção de que a administração da cidade deve corresponder aos anseios dos diferentes setores da população e integrá-los em um plano de atuação eficiente e eficaz

Eficiente por que atende necessidades imediatas de Rosário do Sul;

Eficaz por que previne males futuros para Rosário do Sul.

Nesse ponto, questões de infraestrutura pública são de fundamental importância.

É preciso dotar a cidade de coleta e tratamento de esgoto. É preciso desenvolver estratégias de geração de renda para os setores pobres e marginalizados de Rosário. Estas ações, se realizadas de modo adequado, se traduzem em benefícios para toda a coletividade: melhor bem estar gera menor tensão social, com diminuição da criminalidade e aumento no fluxo econômico (maior renda = maior consumo).

É preciso interromper o processo que, com o crescimento populacional, aponta para a favelização de parcelas da sociedade rosariense. A Luciana tem consciência desses problemas.


Processo de favelização: ruas que se transformam em lodaçais com chuva + esgoto a céu aberto + renda precária = futura favela.

Parabéns Pedro. Parabéns Luciana. Parabéns comunidade rosariense por tê-los entre seus cidadãos.

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