Rosário
do Sul têm interessante comunidade no Facebook voltada para o
debate dos problemas que afligem a cidade.
Uma das questões
debatidas é a insegurança do trânsito.
Esse
não é um problema específico da cidade, mas do Brasil inteiro. A
revista Veja, de 02 de novembro deste ano, contém reportagem que
indica que, a cada 13 minutos, uma pessoa morre em decorrência de
algum tipo de acidente em uma estrada ou rua brasileira.
Uma
das principais causas é a ingestão de bebidas alcoólicas. E,
talvez um fato ainda não percebido de modo crítico pelos
rosarienses: a cidade possui diversos estabelecimentos que
comercializam cervejas 24 horas ao dia, algo há muito banido de
cidades de São Paulo. Apenas a título de ilustração, Diadema, uma
cidade na Grande São Paulo, reduziu expressivamente seus índices de
violência proibindo a comercialização de álcool após as 23 horas (alegar que restringir a comercialização de bebidas alcoólicas
aumenta o desemprego, como ouvi de uma autoridade rosariense, é
argumento, no mínimo, ingênuo. Falta a correta formulação do
conceito de saúde pública).
As
autoridades da cidade parecem desconhecer alguns conceitos básicos
sobre segurança de vias com altas taxas de tráfego, como, por
exemplo:
- muros
laterais em concreto ao longo das vias para proteção aos
pedestres (a vida de qualquer pessoa é mais importante que valores gastos na construção de muros de proteção),
- passarelas (espécies de pontes sobre as vias e em locais
estratégicos) para travessias de pedestres e
- sinalização
adequada.
A
av. Rafael Gonçalves é descaso em segurança
exemplar!
autoria das fotos: Dr. Jair Rodrigues Mendes
Outro
fator importantíssimo, não apenas para prevenção de acidentes, mas
para o convívio social adequado: o exercício da cidadania de forma
responsável.
O
fascínio de muitas pessoas por um carro transforma-o em objeto de
prazer e poder capaz de suprimir o devido direito à vida de outras pessoas.
Esse é indicativo de grave deficiência educacional na configuração do cidadão!
Em
geral, nosso nível de educação social é tão pequeno que
desrespeitamos regras elementares, como o uso do cinto de segurança,
a observação das regras de trânsito e a manutenção adequada do
veículo de nossa propriedade ("basta a capacidade de locomover-se").
Infelizmente,
nossa noção de cidadania foca-se na exigência de direitos e
supressão de responsabilidades pessoais. Até aprendermos o pleno
significado de convivência social e que a responsabilidade dessa
aprendizagem diz respeito a todos, autoridades e cidadãos, teremos
que conviver com o desrespeito à pessoa de nosso semelhante, seja
pela violência no trânsito ou outros modos de violências.
Obviamente,
não podemos desistir dessa luta. E a comunidade Rosário do Sul/
Debates parece estar plenamente imbuída nela. Parabéns!
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